segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Centro

Não há vida fora do centro - o centro dos umbigos, das palmas, das solas. Quiseram os violinos, chorosos, ouvidos dos habitantes estrangeiros, mas estavam fora do centro. 

Ficaram a sós, os violinos e os estranhos, e, carentes, demoliram as terras para além do centro, restando o ajuste limitado do pequeno pedaço de salão. 

Ela, que queria, queria, queria… queria como viagem, como o vulto das janelas, intervalando o som insistente de voltar. E ele, que de lá vinha sem saber, atropelou-se, para dentro do ritmo das ventanias intermitentes. Quiseram; como colisão. 

O centro, mudez do centro. Quando a bagagem, dos dois, sonolentos viajantes, debruçaram-se na mesma curva, morreram lados, diagonais, tudo além do centro. Os passantes, os violinos, os invejosos: vão! Ficou a pista e só. Silêncio. Façam silêncio! Só existe o centro - dos olhos de um par. 


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