sábado, 24 de novembro de 2012

Consumismo e Thoreau

Meus amigos sabem: sou muito consumista. Mas há alguns dias eu tenho me empenhado em levar a frase ao passado. Passei a ler sobre o minimalismo e me interesso muito sobre organização, ordem e disciplina. Não que eu seja o mais capaz dos militares sem farda. Passo longe. Apenas reconheço a importância de dosar minhas vontades.

Percebi que preciso de muito menos que tenho. Pra quê ter vários objetos sem uso, abandonados pela casa, por meses, ou até anos? O melhor mesmo é ter o essencial. Isso traz várias vantagens. Faz bem ao bolso, evita a formação de bagunça em casa e o mais importante: traz liberdade. 


(Henri Cartier-Bresson)

A sensação de ter controle sobre todos os objetos que possuímos é única. Quantas vezes eu deixei de usar uma camisa, só por não lembrar que ela existia? É comum comprarmos coisas e irmos acumulando, de forma que até esquecemos o que possuímos! E aí, temos um descontrole instalado! Basta ir ao Shopping, que a saída é ensacolada por coisas desnecessárias. 

Ainda falarei muito sobre o consumismo. Mas, tendo lido pouco sobre ele, me convenci que não serve de cura às nossas dores. Comprar não traz felicidade, mas alegria momentânea. Não substitui a reflexão sobre as nossas verdadeiras necessidades. 

Quantos casais não se suportam, mas permanecem juntos, por causa das contas do lar? Quantas pessoas deformadas pela gordura não descontam nas vitrines a indisciplina do cardápio? Quantos concurseiros se torturam pela remuneração do cargo sonhado, apenas para aumentar o poder de compra? 

(Henri Cartier-Bresson)

(Elliot Erwitt)

O mundo quer que acreditemos na seguinte ordem: a vida é consumir. Para isso, é necessário conquistar mais dinheiro, sempre mais. Não interessa se o que você faz pra ganhar dinheiro te deixa feliz durante o dia, já que existem os finais de semana. Sofra por cinco, seis dias, e descanse com raridade. A fadiga se esvai com o cartão de crédito, ou com o financiamento bancário. O mundo segue afirmando: não pense nos seus pais, na sua esposa, nos seus filhos. Dê mais carinho ao contra-cheque. Alimente sua vaidade e serás adorado! 

(Elliot Erwitt)

É como uma droga. Uma mentira hipnótica. É fácil cair nos seus encantos. Mas, há coisas mais importantes na vida, que não viver pelo dinheiro. Temos uma grande sorte: são poucas as coisas que o dinheiro paga, que realmente precisamos pra termos algo além dos adornos da paz.

A idéia desse post era só fazer uma indicação. Mas talvez sirva de estímulo! Ótima pedida pra o sábado e o domingo. Aliás, é uma grande sugestão pra qualquer dia da semana, já que somos dono do nosso calendário. Aqui vai:


Livro com tradução alternativa, não precisa pagar. 

Mas, caso você pense que precisa ganhar as milhas do cartão de plástico pra ser feliz, aqui vai, por R$ 36,00 (ou 0,0000000008 de pontos pra você):


(Burt Glinn)

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